Autoridades financeiras pressionam projeto de lei para fazer os bancos cobrirem parte das perdas
Mais de 150.000 contas bancárias nos seis maiores credores comerciais da Coreia foram usadas em crimes de phishing de voz nos últimos cinco anos, mostraram dados do governo na quinta-feira.
O número ocorre em meio a uma crescente pressão de legisladores e reguladores financeiros por uma legislação que responsabilize parcialmente os bancos por compensar as vítimas, em uma medida mais forte para conter a fraude financeira.
Especialistas dizem que a Coreia deve estabelecer um sistema que permita o compartilhamento de informações em tempo real entre bancos, entidades policiais e reguladores financeiros.
Os dados do Ministério da Ciência e das TIC mostraram que os danos causados por phishing de voz ultrapassaram 600 bilhões de won (US$ 432 milhões) no primeiro semestre deste ano, acima dos 324,3 bilhões de won do ano anterior.
De acordo com o deputado Park Sung-hoon, do principal partido de oposição, o Partido do Poder Popular, um total de 150.082 contas nos seis principais credores do país – KB Kookmin, Shinhan, Hana, Woori, NH NongHyup e Industrial Bank of Korea (IBK) – foram congeladas após serem confirmadas como relacionadas a fraudes entre 2020 e março deste ano.
Os dados fornecidos pelo Serviço de Supervisão Financeira foram baseados em reclamações apresentadas por vítimas de golpes de phishing de voz em busca de compensação monetária.
Os números anuais estão em um aumento constante em relação aos 23.381 congelados em 2020. O número já chegou a 10.488 nos primeiros três meses de 2025 e deve ultrapassar 40.000 para todo o ano.
KB teve o maior número de contas congeladas (34.436), seguido por NH NongHyup (27.381), Woori (24.816), Shinhan (22.510), Hana (21.378) e IBK (19.561).
Os bancos regionais tiveram números gerais mais baixos, mas estão aumentando.
No mesmo período, um total de 9.621 contas foram congeladas em cinco bancos regionais – Kwangju Bank, Jeonbuk Bank, BNK Busan Bank, BNK Gyeongnam Bank e Jeju Bank.
“O número de contas congeladas sugere vulnerabilidades em nossa rede de segurança financeira”, disse Park. “Sem reformas e estreita coordenação entre as organizações financeiras e de aplicação da lei, mais clientes serão vítimas de crimes financeiros sofisticados.”
A Comissão de Serviços Financeiros (FSC) está preparando uma nova legislação que exigiria que as empresas financeiras compensassem as vítimas de phishing de voz.
De acordo com a legislação proposta a ser promulgada até dezembro deste ano, os bancos e outras instituições financeiras podem ser obrigados a reembolsar parcial ou totalmente as vítimas enganadas para transferir dinheiro para redes de golpes organizados.
O FSC disse no mês passado que esta iniciativa será auxiliada por plataformas de inteligência artificial (IA) na detecção de atividades suspeitas e, posteriormente, congelamento de contas.
“O movimento do FSC reflete um aumento nas formas sofisticadas de fraude financeira mediada por IA. Vamos melhorar as medidas de resposta para reforçar a infraestrutura e os sistemas de monitoramento”, disse um funcionário do setor.
